No artigo de hoje tratarei de um assunto que é recorrente nos noticiários de todo mundo, e muitas vezes acontece próximo de nossos lares. Me refiro aos desastres ocorridos pela falta de resiliência que existe nos municípios Brasil a fora. Nele cito além dos desafios, soluções reais do grande perigo que assola todos nós e muitos vezes nem nos damos conta.
Quase toda semana os fatos se repetem, a gente se depara com notícias de que houve fortes chuvas em determinada cidade do mundo, que afetou estruturas urbanas, ruas, pontes, sistema de água, esgoto, prédios públicos, casas, causando assim impactos ambientais de grandes proporções. Muitas vezes o pior, vidas em risco, ou até mortes. Também existem notícias de queda de raios, queimadas, derramamento de produtos químicos, entre tantos outros, todos esses são exemplos de ocorrências que podemos nos deparar dia sim, dia não.
Mas, o que isso tudo tem haver com resiliência? Bom, primeiro de tudo vamos ao conceito. “Defesa civil é o conjunto de ações preventivas, assistenciais, recuperativas e de socorro destinadas a evitar desastres e a minimizar seus impactos junto à população a fim de restabelecer a normalidade social.” [¹] . Tudo ok! Ainda devem estar se perguntando, onde entra a tal da resiliência nessas ações; vamos novamente a conceituação agora da palavra propriamente dita: “Propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação; 2 – Capacidade de superar, de recuperar de adversidades.” [²].
Agora aproximando essas duas definições, temos a exemplificação exata da resiliência em nossas cidades. Tornar frequentes todas as ações que sãde responsabilidade das instituições de proteção e defesa civil, em especial as ações preventivas. Além da educação para ações de combate a acidentes, temos a educação ambiental, se faz de grande importância para compreendermos que meio ambiente é tudo aquilo que nos circula, e assim, oferecer noções básicas de segurança.
A aplicação da tecnologia, aliada a comunicação inteligente e coordenada entre o corpo executivo (poder público), voluntários e sociedade civil, se torna imprescindível em todas as fases de atuação dos envolvidos. Iniciativas dessas áreas já existem, exemplos de sucesso não faltam; alguns deles são: Os sistemas estadual de voluntários, de rádioamador, o programa brigada escolar que capacita professores e alunos de escolas estaduais a agirem de forma segura e adequada em situações de incêndio no ambiente escolar, seguindo o exemplo de países de primeiro mundo.
Já existe um projeto piloto que governo do estado do Paraná em parceria com uma empresa japonesa, desenvolvem um sistema que permite que coordenadores de algumas cidades do estado, possam verificar em tempo real, fotos, vídeos, e informações geradas através de sensores hidrológicos instalados em pontos estratégicos nos rios que cortam o perímetro urbano das cidades. Auxiliando na tomada de decisões eficientes e seguras.
Enquanto voluntário e participante ativo da coordenadoria municipal, passei por experiências em que não tínhamos quase nenhuma ferramenta no auxílio das ações em defesa civil. Foi quando técnicos da Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil (Coredec), órgão vinculado ao Corpo de Bombeiros do estado, nos auxiliou na produção do Plano de Contingência do município. Documento que auxiliar aos Coordenadores Municipais de Defesa Civil a criar mecanismos de preparação e resposta a desastres em suas cidades.. Foi através dele que percebi a importância de cada atividade, da participação da sociedade, e principalmente do planejamento urbano e rural do município.
Conforme lembrado no meu artigo, “O desafio de construir a comunicação para o meio ambiente”, os municípios já possuem ferramentas da tecnologia de informação que os auxilia na tomada de decisões seguras e eficazes. Cito por último outro exemplo de sucesso. O Sistema Informações de Defesa Civil do Paraná, disponível no site da instituição estadual, significou um salto de qualidade no processo de ações das coordenadorias municipais.
É nele que os coordenadores municipais estabelecem a comunicação direta com o Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. O sistema também permite a troca de informações entre os técnicos dos diversos municípios, e auxilia as cidades com informações precisas do tempo, no processamento e organização dos dados. Por conta disso que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o Paraná pelo melhor sistema de defesa civil da América Latina.
Poderia ficar aqui o dia todo lhes trazendo informações sobre os benefícios que a resiliência propicia as nossas cidades. Bons exemplos de ferramentas e ações não nos faltam, só basta que possamos estar sintonizados no simples fato que acidentes naturais ou não, podem ser evitáveis.
Fontes: [¹] Ministério da Integração Nacional – http://www.mi.gov.br
[²] Dicionário Aurélio – https://dicionariodoaurelio.com